
Eu não faço ideia de como chamar a mistura de sentimentos que ele causa dentro de mim. E me pego jogando todos os livros de autoajuda e suas teorias no lixo, e me encho de notas mentais para não abrir mão de todo o meu lado racional. Não é só amor. É tesão, pele, carinho, liberdade, carência, celulares desligados, vidas deixadas de lado. Ele me liberta de algemas que levei a vida inteira colocando. E torna o mundo tão simples, que eu acabo precisando de um manual para deixar de ser tão complicada. Ele se aproxima rapidamente. Me pega no colo e eu perco toda a forma e o juízo. Deixo ele me moldar o quanto quiser, para caber exatamente no seu colo e na sua vida. Perco as rédeas, o equilíbrio, o controle e o interesse por todos os corpos que não sejam o dele. E depois do êxtase, no dia seguinte ele me trata bem, afastando qualquer culpa ou arrependimento.
Será que alguém pode contar pra ele que isso vicia? Mal começou e já me pego segurando na barra da sua calça feito uma criança perdida, transbordando de esperança. Já me encho de ilusões e crio planos que nunca vão dar certo, mas e daí? Antes de beijar aquele desconhecido, minha vida sequer tinha um sentido. Não é só amor. É apego, saudade, ciúme. O resto parece desinteressante e sem cor. Talvez eu tenha quebrado as regras e perdido todo o meu juízo quando resolvi me entregar de corpo e alma para um desconhecido charmoso, mas o amanhã não me importa. As mãos dadas ao estarmos sozinhos, os toques, as palavras no meio da tarde e os pequenos detalhes fazem com que todos os riscos valham a pena. Não é só amor. É mais do que isso.
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